quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Feeling this way today



"Os traços mentais distintivos da melancolia são um desânimo profundamente penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade e uma diminuição dos sentimentos de autoestima a ponto de encontrar expressão na autorecriminação e no autoenvilecimento, culminando numa expectativa delirante de punição.

Isso sugeriria que a melancolia está de alguma forma relacionada a uma perda da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada existe de inconsciente à respeito da perda. [...] O melancólico exibe ainda outra coisa que está ausente no luto — uma diminuição extraordinária de sua autoestima, um empobrecimento de seu ego em grande escala. No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego.

Mas é quando o melancólico em sua exacerbada autocrítica, descreve-se como mesquinho, egoísta, desonesto, carente de independência, alguém cujo único objetivo é ocultar as fraquezas de sua própria natureza chega o mais próximo de compreender a si mesmo. Fico imaginando, tão somente, por que um homem precisa adoecer para ter acesso a uma verdade dessa espécie."




Sigmund Freud



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* é o que eu penso agora: "que o estado natural do adulto consciente é uma qualificada infelicidade". Francis Scott Fitzgerald, The Crack-Up

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