UM MESTRE ZEN viu cinco dos seus discípulos voltando das compras, pedalando suas bicicletas. Quando eles chegaram ao monastério, o mestre perguntou aos estudantes: "Por que vocês andam com suas bicicletas?"
O primeiro discípulo disse: "A bicicleta carrega, para mim, os sacos de batatas. Estou feliz por não ter de carregá-los em minhas costas!" O mestre elogiou o primeiro aluno: "Você é um rapaz muito inteligente! Quando você crescer você não andará curvo como eu ando."
O segundo discípulo disse: "Eu adoro ver as árvores e os campos por onde passo!" O mestre elogiou o segundo discípulo: "Seus olhos estão abertos e você enxergará o mundo."
O terceiro discípulo disse:"Quando eu pedalo minha bicicleta eu fico feliz em recitar Nam-myoho-rengue-kyo (sutra do lótus)". O mestre louvou o terceiro estudante: "Sua mente se expandirá com a suavidade de uma roda novamente centrada."
O quarto discípulo falou: "Pedalando minha bicicleta eu vivo em harmonia com todas os seres sensíveis."O mestre ficou feliz e disse ao quarto estudante: "Você pedala no caminho dourado do bondade."
O quinto aluno disse: "Eu pedalo minha bicicleta por pedalar". O mestre sentou-se aos pés do quinto estudante e disse: "Eu sou seu discípulo."
* porque os dois posts anteriores remeteram-me à esta fábula; porque esta fábula me remete ao livro de Robert Pirsig, O zen e a arte da manutenção de motocicletas que comecei a ler em 1984 e nunca mais terminei (porque continua sendo lido por mim, ad infinitun); porque acabei de saber do novo filme (Corpos Celestes) do amigo e diretor Marcos Jorge, que foi meu colega de faculdade e quem primeiro me falou de Pirsig; porque foi outro amigo, John-John - este um verdadeiro mestre que se foi e só deixou saudades e não lacunas, pois viveu sua vida plenamente e a preencheu de ensinamentos - que é quem me ajuda, ad infinitun, a entender o significado de tudo isto...
Não entendi por que o mestre se tornou discípulo do quinto ciclista...
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