John-John, my dearest,
cheguei atrasada ao teu enterro (as always)
e não pude oferecer-te minha derradeira homenagem.
[percebeste minha falta?
tenho estado contigo tanto e há tanto!]
Senti, especialmente, não ter teu abraço.
Senti, especialmente, não ter teu abraço.
E ainda agora é por teu abraço
teu abraço, teu abraço
que eu choro sem cansaço.
Eu chegaria (as always) acelarada,
Eu chegaria (as always) acelarada,
com um tropel insano de pensamentos
desfocando meus sentidos
e tu, à minha espera (as always),
sem dizer palavra me abraçaria.
E no teu abraço
E no teu abraço
teu abraço, teu abraço
(as always)
(as always)
minha angústia cessaria.
No teu abraço,
E no teu abraço
teu abraço, teu abraço
(as always)
John-John, my only,
eu saberia que tudo posso,
e que a vida faz sentido
quando se sente no peito
o calor de outro peito
batendo de puro amor.
Foste; mas não levaste nada,
os dias e as noites,
a vida e a morte
- o Tao -
"Tudo permanece
e passa
é contínuo
e nunca mais é o mesmo"
(sem ti).
Quanto devo permancer?
Quanto ainda devo passar
até me reencontrar no teu abraço
- feito concha onde descansa a pérola -
forever
No teu abraço,
como um sopro estival,
sentiria primeiro o perfume antigo,
do tipo que não se vende mais.
E ainda o cheiro de sol,
de areia da praia e de peixes
recém saídos do mar.
E o suor do teu esforço
para tirá-los de lá.
E no teu abraço
teu abraço, teu abraço
(as always)
John-John, my only,
eu saberia que tudo posso,
e que a vida faz sentido
quando se sente no peito
o calor de outro peito
batendo de puro amor.
Foste; mas não levaste nada,
os dias e as noites,
a vida e a morte
- o Tao -
"Tudo permanece
e passa
é contínuo
e nunca mais é o mesmo"
(sem ti).
Quanto devo permancer?
Quanto ainda devo passar
até me reencontrar no teu abraço
- feito concha onde descansa a pérola -
forever
* João Batista Correia, meu mestre-amigo, faleceu no outono de 2010. Este poema homenagem vem sendo escrito desde então. Nunca termina, nunca é o suficiente... e meus braços sempre pendem nas últimas estrofes, inertes, sem apoio. Mas é chegado o outono. Talvez seja a hora... não sei - desde então não tenho mais certezas. (Já a composição Gabriel's Oboe, de Ennio Morricone, para a trilha do filme A Missão, é a obra mais bem acabada, mais perfeita e plena de humanidade e vida que já ouvi - a música que mais amo para o amigo mais amado.)
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