terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mulher, a voz da vez

Na literatura é assunto controverso. Eu não tomo partido, já vou assumindo: mulher é diferente.

Quando cria, quando escreve, quando canta... mesmo quando é sutil - e acabam sendo tão sutis certos detalhes - logo se percebe o toque feminino nas artes.

Aqui, minha seleção particular de novos talentos femininos que vêm se destacando no campo da música e que catapultaram meus ouvidos nos últimos tempos.



  • Desde os primeiros acordes Iyeoka me lembrou Nina Simone - não só pela aparência e a escolha de repertório - mas pela atitude, seja no palco, seja de fronte às câmeras. A wiki matou a charada: Iyeoka Okoawo (pronuncia ii-yo-kah) é uma poeta nascida na Nigéria, naturalizada americana, artista, cantora, ativista, educadora e fellow TEDGlobal. Visse? Não disse?


  • Caro Emerald é uma preciosidade - de longe, minha predileta desta seleção, já aviso. A moça - holandesa - parece cantora de cabaré, mas faz um jazz retrôzinho, descolado, modernex e de muita, muita qualidade. I'm obsessed! 


  • Imany nasceu nas ilhas de Comores, entre a costa africana e Madagáscar. Foi atleta olímpica, modelo e agora canta (graças!), porque a voz - A VOZ! - tem tanta personalidade que parece ter vida própria - é quase um outro ser que ali canta!    


  • Zaz tem um quê de cigana, mas é francesa. Outra com timbre de voz que lembra o Pato Donald - com efeito contrário. É ainda jovem, mas a carreira vai bem obrigada e está bem consolidada na Europa. Je veux foi seu primeiro hit e o que lhe deu visibilidade.


  • tá, miss Penner é a mais fraquinha da tchurma, mas nem tanto, vá! compõe e canta um soft folk, com cara de luau na praia, amigos queridos ao redor da fogueira e marshmallow - que eu nem gosto, mas é docinho e super iuései, bem no estilo da Jess...


  • Selah Sue foi minha trilha do último verão, mas segue comigo até agora, sem cansar. Adoro a combinação original e poderosa de folk e reggae de suas composições. E me impressiono com sua aparência visceral - não dá pra ficar imune ao seu olhar, seu cabelo (sempre elétrico, confere os vídeos todos no youtube), sua voz rascante e a metralhadora de palavras. Selah é belga, mas na França, onde brilha como estrela de primeira grandeza, é conhecida como a "reencarnação de Janes Joplin".







* causa-me muito desconforto ler e ouvir comentários que a boa música morreu. que o que temos aí, músicos e canções, são lixo. que os melhores ficaram lá pelos 60's, 70's, 80's e que - percebe o absurdo? - não deixaram herdeiros... ora, também fui "mais" jovem outro dia. e o discurso era o mesmo. só que o alvo da vez era a New Age, o pop de Michael Jackson e Madonna, o novo rock inglês, com vocalistas sem "vísceras" como Bryan Ferry e Morryssey, dos Smiths (percebe o absurdo 2?). os detentores do saber, os que escreviam nos jornais da época, os que influenciavam a mídia de então haviam sido jovens na década de 50/60. tiveram uma educação musical formada por big bands, vozes de longo alcance, rock primordial... habituar-se aos novos tempos nunca foi tarefa fácil. mas nestes novos tempos, onde toda a exposição é facilitada pelas novas mídias, todos - sem exceção - têm hoje a possibilidade de "mostrar seu trabalho". basta dar um rolê pelo youtube e comprovar. há de tudo! de todos os lugares e em grande quantidade. ora, onde há muita quantidade há menos qualidade, diz a regra geral, que também apregoa: sempre haverá exceções! e as moças deste post são excelentes exceções. para mim, a solução é simples: não gosta, não ouve - mas, principalmente, não julgue - que quem se apega ao passado ou é velho ou museu...  

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