Queria escrever qualquer coisa, mas só me sai que te adoro. Queria opinar sobre a economia e a queda nas bolsas, o perfil dos novos ministros e a impunidade judicial, mas só me sai que te adoro. Discorrer sobre a inconstância do tempo, sobre o frio deste inverno rigoroso, as últimas alterações à lei, a mediocridade nacional, a decadência do ensino, a propagação da gripe A, mas só me sai que te adoro. Queria descrever com precisão as saudades que tenho da infância, de caminhar na areia fofa e quente da praia e de saber ao longe o cardume de tainhas. Queria à falta de melhor falar sobre as últimas do futebol, das hipóteses rasas da seleção, da nova série da discovery e do piriguetismo das estrelas de TV; alertar os incautos para os desencontros que desaguam em silêncios e que cortam vidas ao meio, mas só me sai que te adoro. Queria fazer piadas, armar-me em esperta, soltar citações a propósito e observações espirituosas, suscitar sorrisos cúmplices e respostas aduladoras; e dizer-te que afinal te detesto, que pensando bem te desprezo, que nunca foste nem serás; concluir, enfim, sobre a impossibilidade de sermos um só. Mas só me sai que te adoro.
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* queria escrever. mas não consigo feito a portuguesa Sofia Vieira.** Marilyn não precisa de permissão pra invadir os posts, tem passe livre aqui (outra obsessão - sempre nas melhores fotos, é ela quem está...)
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