terça-feira, 5 de abril de 2011

Da paixão cega à cegueira voluntária



"Todo ser humano necessita despertar desejo. Quando as pessoas nos olham e não nos diferenciam de uma cadeira, a coisa vai mal. Isso acontece muito nos casamentos. Os dois seguem se amando, mas já estão há tanto tempo juntos que não faz mais diferença se a mulher embarangou ou se o marido perdeu os dois dentes da frente: "amo você de qualquer jeito, bem". Ama, sem dúvida. Mas não enxerga mais. É aí que mora o perigo. Homens e mulheres precisam de um espelho que lhes diga constantemente o quanto são interessantes e atraentes. Se o espelho rachou em casa e não reflete mais nada, das duas uma: ou a gente se entrega ao desleixo, ou vai buscar reflexos de si mesmo em outro alguém..."


Martha Medeiros



 

* na ilustração, Eros e Psiquê, o casal que personifica o desejo e os ritos de passagem necessários até alcançarmos a maturidade do amor...

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