Sofreu muito com a adolescência.
Jovem, ainda se queixava.
Depois, todos os dias, subia numa cadeira, agarrava uma argola presa ao teto e, pendurada, deixava-se ficar.
Até a tarde em que se desprendeu esborrachando-se no chão: estava madura.
Marina Colasanti, in Contos de Amor Rasgados, 1986
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* o problema todo de amadurecer é essa necessidade de deixar-se ficar na imobilidade da argola, tendo somente a parede como paisagem... *** imagem: João Daniel Pereira, do flickr.
Lindo!
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