sábado, 1 de setembro de 2012

Mar de Setembro



Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
Fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves,
só alma e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto
puríssimo, doirado.


Eugénio de Andrade


*


*...e perceber no mar bravio de inverno, nas luzes de setembro, a promessa de mais um verão.

4 comentários:

  1. O único blog que eu vi e pensei: queria ter sido eu... é lindíssimo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quisera ser eu a cigarra. Mas sou só mais uma anônima formiguinha, na vã labuta de transcrever seus cantares.

      Minha querida, sua visita me encheu de alegria. Por favor, não deixe de cantar por aqui. Enquanto minhas provisões durarem, prometo partilhá-las contigo. Combinado?

      Excluir
  2. E eu já estava esperando seus posts, desses mesmo, que ficam aguardando o verão... ai ai verão, tantas promessas de dias mais ensolarados!!! ;D

    ResponderExcluir
  3. Tem um tempo que desisti de brigar com as estações: que venham os outonos, os invernos, as primaveras, todas muito bem vindas e sem preferências - contanto que nunca me falte um verão pra exorcizar tudo e exceder, exceder..

    ResponderExcluir