segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rapunzel às avessas


Procuro no dicionário uma palavra para este arroubo que me toma e bagunça as idéias, confunde o raciocínio, entrelaça as sinapses, tumultua as emoções e o léxico dá-me tantas palavras, tantas mais do que eu esperava, e faz sentido, em tantas sensações me transformaste: agitação, alarme, alvoroço, amotinação, borrasca, bulício, confusão, desassossego, desordem, distúrbio, embate, estrépito, estrondo, inquietação, levantamento, motim, perturbação, rebuliço, revolta, sedição, turbulência. E são apenas algumas, menos de metade, pois agora, diz-me o mesmo pai dos burros, que os antônimos são bonança, calma, harmonia, mansidão, placidez, quietação, sossego, tranquilidade... há que ter peito para afrontar senhores tão distintos quanto Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Luís da Câmara Cascudo ou Antonio Houaiss, mas já se foram, receberam todas as honrarias e coisa e tal, pois se callhou-me de agora contestá-los nem me faço de rogada, que as ideias como tentei explicar e nem sei se consegui, estão bem fora de propósito, e os cabelos já não me desmentem prova que são do nó tramado em que me enrosquei, e se cá tenho sorte é que não me chamo rapunzel que das tranças se salvou aiaiaiai que será de mim agora que a única antítese para este turbilhão, maior que um ciclone e feito um furacão puxando e arrancando-me as raízes do chão é tão somente TU?



*




* quis muito escrever um conto para essa imagem que tenho guardada há tempos e que vem me inspirando. hoje saiu isto: nem um conto, nem coisa alguma, mas que ficou romântico de doer, do jeito que eu desejava.

2 comentários:

  1. Ai ai... é o amor!!!

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  2. engana-se, isso é resultado de um ciclone extratropical que veio dar à costa outro dia...

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