terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Uma história sem fim


  • nos anos 70, a artista sérvia Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay
  • foram 12 anos juntos
  • 5 deles, morando em um furgão
  • quando a relação já não valia mais aos dois
  • decidiram percorrer os 2500 km da Muralha da China,
  • partindo de lados opostos
  • para se encontrar no centro,
  • dar um último grande abraço um no outro
  • e nunca mais se verem.
  • 23 anos depois, em 2010,
  • Marina é uma artista consagrada
  • o MoMa de Nova Iorque dedica uma retrospectiva à sua obra
  • nessa exposição, a artista compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente
  • Ulay chegou sem que ela soubesse...



"Não digas nada! Nem mesmo a verdade. Há tanta suavidade em nada se dizer e tudo se entender. Não digas nada..." [Fernando Pessoa]


*








* está lá, no texto onde descrevo a performance de Marina Abramovic no MoMa, escrito em 2010 e só postado em maio de 2011: 'a edição é uma função que nunca termina - ou o assunto é raso, não nos mobiliza e cansa ou a gente se cansa de tanto matutar o assunto que não cansa - e só acaba quando paramos de matutar. o que ainda não é o caso deste texto...' premonitório? nem eu sei responder... a gravação do encontro destes dois ex-amantes deixa esta pergunta e os dois textos que escrevi sem ponto final. para sempre. uma neverending story... e não seria esta expressão um sinônimo para o amor?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Vozes do indizível

De que armas disporemos se não destas que estão dentro do corpo? Quando publiquei o meu primeiro livro, o meu pai disse-me: "Colocaste uma arma no peito, apontada a ti própria". Desde então, a escrita passou a ser arma de me salvar. Dentro do meu corpo.
É preciso beber no deserto a sede do deserto. Usar a insubmissão como arma. Atenta e expectante, criar tempestades no interior do nosso secular calamento literário a que, ao longo dos tempos, nos obrigaram.
Que armas são estas de que dispõe o meu corpo, em si mesmo arma e risco? Solares, inseparáveis e multiplicáveis. Que armas são estas, de interioridades e entrega, inebriantes num universo singular, no salgado chão da inquietude? Onde havia a obediência cega à regras e às interdições literárias, surgiu a insubmissão e o deleite; as intimidades proibidas e exultantes, de valsa de cama aberta, no lençol que vacila, onde o desejo se abrasa.

Que armas são estas de que dispõe o meu corpo, no interior do meu corpo, em si mesmo arma e risco? Radiosas, ofuscantes. De regozijo e exultamento, de chama e perdição. Vento suão a desfolhar cada folha de árvore e cada folha de livro, cada desatino. De alumbramentos. De sangues. De carmim.

As mulheres são as vozes do indizível na literatura. Por isso, elas fogem às regras, a sublevarem o que ainda lhes é (encobertamente) proibido. Transgressão como arte de louvar o saber, de louvar a escrita, de louvar a poesia.

Afinal, que desassossego escondido confessamos quando escrevemos? Que anseios interditos subvertemos ou sublimamos ao criarmos? De que ambição condenada, inquinada falamos, numa inquietação surda e revolvida? Um discurso de deslumbramento e perdição. Capítulo a capítulo, letra após letra, sílaba a sílaba. Memória a memória, quimera a quimera, indisciplinando a linguagem.

 Maria Teresa Horta
 
*
 
 
 
 
*algumas passagens da intervenção de Maria Teresa Horta, na 14ª edição das Correntes d'Escritas. Póvoa de Varzim, Portugal, 22/02/2013.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Incorpóreo é o desejo


Quem és? Perguntei ao desejo.
                Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.

 
...


Desejo é uma palavra com a  vivez do fogo 
e outra com a ferocidade de um só amante
Desejo é Outro. Voragem que me habita

 
Hilda Hilst, in Do Desejo, 1992
   

 
 
* "Minha convicção, reforçada por vinte anos de prática, é que, enquanto criam segurança, muitos casais confundem sexo com absorção. Essa confusão é um mau presságio para o desejo. Para ser mantido, o impulso para o outro precisa atravessar uma sinapse. O erotismo exige distância. Em outras palavras, o erotismo viceja no espaço entre o eu e o outro. Para entrar em comunhão, os amantes precisam ser capazes de tolerar esse vazio e seu véu de incertezas". Ester Perel [terapeuta de casais, na introdução de Sexo no Cativeiro].
*** [no título - verso de Hilda Hilst]

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Permita-me tocar-te com minhas palavras


"- O que acontece quando ...

- O que acontece quando o quê?

- Quando duas pessoas criam um elo entre elas?

- Que pessoas?

- Pessoas. Sobre a química que faz com que duas pessoas se sintam atraídas.

- Você se sente atraído por mim?

- Deus, não! Eu só estou falando hipoteticamente.

- Hipoteticamente, você escreve poemas ... você tem sexo.

- E o que acontece a seguir?

- Depois de poesia e sexo? Tudo. Ou nada. O resto é um acordo, uma espécie de negociação.

- O que quer dizer?

- Pode-se ficar, pelo amor e pela atração, ou você pode complicar as coisas, como a maioria das pessoas fazem."


...


 
Poema de amor para ninguém em particular

Permita-me tocar-te com minhas palavras
Porque minhas mãos são ocas, como luvas vazias
Deixe que minhas palavras baguncem teu cabelo
Deslizem pelas tuas costas
E divirtam tua barriga
Porque minhas mãos voam livres e leves como tijolos
Ignoram meus anseios
E teimosamente se recusam a realizar os meus desejos mais silenciosos
Deixe minhas palavras entrarem em sua mente
feito luz de sinalização
Admita-as de bom grado em seu ser
Assim, elas poderão gentilmente te acariciar
Intimamente.


Mark O'Brien



*





* As Sessões (The Sessions, 2012) conta a história real de Mark O'Brien  um poeta e professor universitário norte americano, católico praticante, vítima de pólio, que passa a maior parte do tempo em um respirador mecânico - a partir do momento em que decide, aos 40 anos, contratar uma terapeuta sexual para perder a virgindade.
 

O filme estreou na última sexta-feira no Brasil, mas ainda não chegou ao meu estado. Quero assistir: li que é um filme raro, de excelente roteiro, engraçado e emocionante, onde o sexo é tratado com naturalidade tocante. Também li que o ator John Hawkes (de Inverno na Alma e Eu, Você e Todos Nós), que interpreta o paralítico sensível e inteligente merecia uma indicação da academia - o que só aconteceu para a colega Helen Hunt, nomeada para o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, na pele da terapeuta sexual contratada para a missão. 

[uma curiosidade: a "sex surrogate" - parceira sexual substituta - que o ajuda na missão é a terapeuta Cheryl Cohen-Greene, hoje uma veterana desta peculiar profissão, ainda na ativa, consultora do longa-metragem e também escritora]



** [diálogo e poema extraídos do roteiro de As Sessões, traduzidos do original, em inglês].

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Guacamole fresquinho!




*






* vou gritar - de surpresa e de alegria - se neste domingo (24/02/13) Fresh Guacamole ganhar o oscar de melhor curta de animação: menos de dois minutos de duração -  o mais breve até hoje nomeado pela academia - e, basicamente, a ilustração de uma única idéia. à primeira vista, é o filme menos ambicioso dos cinco indicados. no entanto, exibe imaginação considerável em seu curto tempo de execução e isso faz do trabalho de seu criador, Adam Pesapane, mais conhecido como PES, um dos mais talentosos e criativos diretores da nova geração de animação. ganhando ou não, já é o meu eleito!

** e o tema "comida" parece ser a maior fonte de inspiração do diretor. que tal este spaghetti?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cortina de Fumaça [7] - Harvie Krumpet














* Harvie Krumpet, escrito e dirigido pelo australiano Adam Elliot, foi ganhador do Oscar de animação em 2003.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Da série Verdades Indissolúveis: o amado e o amante

"Em primeiro lugar, o amor é uma experiência da junção entre duas pessoas – mas o fato de ser uma experiência conjunta não significa que seja semelhante para as duas pessoas envolvidas. Há o amante e o amado, mas esses dois vem de países diferentes. Geralmente o amado é apenas um estímulo para todo o amor que permaneceu guardado no amante até aquele momento. E de alguma forma todo amante sabe disso. Ele sente em sua alma que o amor é uma coisa solitária. Ele aprende a conhecer uma nova e estranha solidão, e este é o conhecimento que o faz sofrer. 

Logo há somente uma coisa que o amante pode fazer. Ele deve abrigar o seu amor dentro de si, da melhor maneira que conseguir; deve criar para si mesmo um mundo interior totalmente novo – um mundo intenso e estranho, completo em si próprio. Devemos acrescentar que esse amante do qual falamos não precisa necessariamente ser um jovem economizando para comprar um anel de noivado; esse amante pode ser homem, mulher, criança, ou qualquer criatura humana sobre esta terra.

Agora, o ser que é amado também pode ser descrito. As pessoas mais remotas podem servir de estímulo para o amor. Um homem pode tornar-se um vovô caduco e continuar amando somente uma estranha garota que viu nas ruas de Cheehaw durante uma tarde, vinte anos antes. Um pastor pode amar uma mulher decaída. O ser amado pode ser traiçoeiro, sujo e cheio de maus hábitos. Sim, e o amante verá seus defeitos, tão claramente quanto qualquer outra pessoa – mas isso não afeta a evolução do seu amor. A mais medíocre das pessoas pode ser objeto de um amor selvagem, extravagante e belo como os lírios venenosos do pântano. Um bom homem pode ser o estímulo para um amor violento e desprezível, ou um louco grasnando pode trazer à alma de alguém um idílio puro e cândido. Portanto, o valor e a qualidade de qualquer amor são definidos somente pelo amante.

Essa é a razão pela qual a maioria de nós prefere amar do que ser amado. Quase todas as pessoas querem ser amantes. E a áspera verdade é que, de um modo secreto, a condição de ser amado é inaceitável para muitos. O amado teme e odeia o amante, e com toda a razão. O amante suplica qualquer relação possível com o amado, mesmo que essa experiência lhe cause nada mais do que sofrimento."




Carson McCullers, trecho da novela A Balada do Café Triste



*








 

* "nunca amamos alguém. amamos tão somente a idéia que fazemos de alguém. é a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. isto é verdade em toda a escala do amor. no amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. no amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa" [Fernando Pessoa]. ** fotos: Vivian Maier.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Com meus sonhos sob teus pés, suavemente...


Se eu tivesse os trajes bordados do céu,
Adornados com luz dourada e prateada,
E os trajes escuros, sombrios e azuis
Da noite, 
à luz e à meia-luz,
Eu estenderia estes trajes sob seus pés
Mas eu, sendo pobre, 
tenho só os meus sonhos;
Então estendo os meus sonhos sob seus pés,
Com suavidade 
porque você caminha neles.



William Butler Yeats


*










* para a mais carnal das ilusões*, vale celebrar em dobro - hoje e em 12 de junho - e com dois posts. Feliz Dia de São Valentim, caríssímos!  

[*Fernando Pessoa]

** tradução do poema de Yeats como se apresenta no filme Nunca te vi, sempre te amei [84, Charing Cross Road, 1986].

Enquanto houver amor, haverá entendimento






*









* porque hoje é dia de celebrar o amor, um dos curtas animados que está na corrida pelo Oscar 2013 [a cerimônia acontece em 24 de fevereiro].

 
** no título, frase sussurrada por Piero no ouvido de Vittoria, em cena d' O Eclipse (1962), segundo filme da trilogia da incomunicabilidade, de Michelangelo Antonioni.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ler é sexy [5]




 


...mas um livro, por baixo do colchão
era súbito um beijo, uma carícia,
uma paz sobre o corpo se alastrando
Carlos Drummond de Andrade, in Mas Viveremos











*









* a leitura é um exercício tão íntimo, envolvente e excitante que é muitas vezes comparado ao enlevo sexual - apesar de solitário. 

e por que não entregar-se a este prazer a dois? a três, quatro, cinquenta? em grupo? uma espécie de suruba literária?

quem pensou em um clube do livro acertou. só que um tantinho diferente - reuniões onde o chá e os biscoitos sejam substituídos por um clima mais intimista e descontraído, onde todos estejam nus. 

interessante? curioso? estimulante, talvez... é o que faz um grupo de mulheres, desde 2009 em Chicago. denominado Naked Girls Reading, o grupo criado pelas artistas de show burlesco Michelle L’amour e Franky Vivid, alcançou fama pela ousadia e hoje tem uma agenda que inclui shows internacionais, além de franquias mundo afora. no entanto, as moças afirmam, não se encontra nada de decadente ou vulgar no espetáculo - ”é tão somente um grupo de mulheres despidas que lêem em conjunto, cuja única pretensão é unir duas coisas muito belas, que se complementam: mulheres e literatura. o público que vai aos shows, de ínicio espera encontrar novos estímulos visuais e intelectuais, uma alternativa de entretenimento. mas, ao final, partilham de uma experiência quase espiritual”, diz Michelle

por tal experiência espiritual paga-se entre 15 e 35 dólares, dependendo dos lugares - quem quiser ficar mais próximo das moças, para ver e ouvir melhor, paga mais. os temas das leituras variam desde suspense, terror e ficção científica, poesia, literatura erótica e peças clássicas.

** [as três últimas fotos da série são do Naked Girls Reading].

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Cantadas triunfais


  • Precisando renovar seu estoque de cantadas? Buscando por um toque old fashion e elegante de seduzir? O maestro Tom Jobim tem algumas sugestões:
  1. "à propósito, acho que você ainda não me disse seu nome, seu endereço, o que faz
  2. se estiver livre, podemos ir, eu e você ao zoológico
  3. permita-me perguntar o que você faz com seus dias, com suas noites, com seu tempo, com sua vida?
  4. suponha que eu me atreva a perguntar o que você fará a noite. se você está livre eu posso te emprestar essas asas pra um vôo
  5. já não a conheço? não tenho muita certeza, mas podia jurar que já te vi antes
  6. mas se você está com medo do meu barco, posso te levar pra terra firme
  7. ou preferes flanar pelo vento que sopra constante e puxa para o mar aberto?
  8. és a força irresistível que cria em mim o poder de voar
  9. somos como pipas no céu: podemos voar,  voar, voar... 
  10. aqui de cima, vejo um flash da tua coxa como se eu fosse um espião dos céus
  11. eu vejo suas coxas celestiais dos céus, dos céus... lá onde o mar encontra o céu você e eu, você e eu
  12. dê-me um minuto pra terminar esta bebida pra desfazer o vodu que mantém você longe por tanto tempo, tanto tempo, tanto tempo... 
  13. suponha que eu te dê essa rosa e você me dá um beijo
  14. suponha que tiramos nossas roupas e mergulhamos no mar
  15. se quiser, podemos fugir agora, só preciso deixar um beijo e despedir-me da 'pequena burguesia'"
       


*






 
* o post anterior - precisamente a frase no título - acionou um gatilho na minha já tão bombardeada memória: certeza que havia ouvido algo muito similar antes... daí que em 25 de janeiro de 2013 [por aqui, os posts são publicados com imenso delay da data de sua criação], Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994) estaria completando 86 anos. e então eu lembrei: Two Kites! uma canção que é uma ode à sedução. e uma das composições mais apaixonantes da música popular brasileira.

** [enumerada e em aspas, a tradução de Two Kites - Duas Pipas, do maestro Tom Jobim]
*** neste fevereiro, a partir do 8, estreia "A luz do Tom", segundo filme de Nelson Pereira dos Santos sobre o maestro.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um dia, do nada, viajar para ver o mar...


Não existe "tempo livre"
Não existe "tempo ruim"
Não existe "tempo disponível"
Não existe "tempo com qualidade"
Não existe "tempo extra" 
Não existe "hora prá trabalhar"
Não existe "hora prá se divertir"
Não existe o "momento errado"
Não existe o "momento certo"

Existe apenas TEMPO.

O presente mais raro e mais precioso que eu posso te oferecer parece ser
a única coisa que eu nunca tenho o suficiente para disponibilizar; 
mas prometo dar-te tanto quanto eu tiver e fazer render ainda mais
muito mais para te ofertar.  

Permita que estes segundos e minutos cresçam lentamente em horas
e dias e talvez semanas, meses e anos.
Em nome de São Valentim, podes ser minha (meu)? 



*







* Rob Ryan, é um artista norte americano, especialista em recortes de papel. este ano, seu cartão para o Dia dos Namorados (celebrado no Dia de São Valentin, 14 de fevereiro, quase em todo mundo) veio em três versões. reparou? tem mulher com homem, mulher com mulher, homem com homem... achei tão delicado! sem medo de parecer clichê, afirmo e confirmo sempre: toda forma de amar vale a pena. é no que acredito. e nisto reside toda minha esperança.

** [dá vontade de mais, né? que tal estes outros, criados em anos anteriores?]


"Só o que podemos é viver um dia por vez. Tudo o que quero é crescer junto a ti, até meus pêlos branquearem. E minhas pernas arquearaem e falharem. Tudo o que podemos é viver um dia a cada vez."


"Luas giram ao redor de planetas e os planetas giram ao redor de estrelas. Estrelas e galáxias giram eternamente e eu e você giramos ao redor um do outro. Porque você será sempre meu universo. E se você me quiser - eu sempre serei seu."

"Podemos? Vamos? Um dia muito em breve, vamos embora juntos, você e eu. Podemos? Vamos? Um dia, do nada, viajar para ver o mar, só nós dois, de mãos dadas durante todo o dia? Podemos? Vamos? Comer nossos sanduíches no trem. Embriagar-nos de ar fresco, chegarmos em casa exaustos e nunca contar isso a ninguém ... nunca."
 

"Todas as palavras do mundo não valem nada se não pudermos estar juntos"

 "Minha casa não vai ter janela alguma, nenhuma porta ou chão, nem tijolos ou cimento. Meu único lar é em seus braços e em nenhum outro lugar."



*** [o texto original em inglês do cartão que abre o post? claro: "There is no such thing as free time/There is no such thing as work time/There is no such thing as play time/There is no such thing as down time/There is no such thing as spare time/There is no such thing as quality time/There is no such thing as the right time/There is no such thing as the wrong time/There is only time/The rarest and most precious gift I can give you seems to be the one thing I never have enough of to spare, but I promise to give you as much as I have and will make even more + more to give you/Can these seconds and minutes slowly grow into hours and days and perhaps weeks, months and years?/In the name of St. Valentine, can you be mine?/14th February 2013."]