- surpresa boa foi descobrir a Spaghetti Western Orchestra!
- os músicos são artistas completos
- dançam, interpretam e tocam mais de 100 instrumentos,
- sempre naquele estilo cômico/fanfarrão, típico do teatro de rua italiano
- que a gente se habituou a ver pelos espetáculos do Cirque du Soleil.
- mas foi o repertório da banda que me fisgou de vez
- todinho de composições do maestro italiano Ennio Morricone!
- só as compostas para os western spaguetti
- [filmes de faroeste filmados na Itália],
- como Era uma vez no Oeste, Django e Por um punhado de dólares.
- confere a interpretação primorosa da banda para a música tema de Il buono, Il brutto, Il cattivo
- (The bad, the Good and the Ugly,
- ou Três homens e um Conflito, aqui no Brasil,
- que tem Clint Eastwood no papel principal):
- em minha infância, chamávamos este tipo de filmes de bangue-bangue
- nunca foram meus preferidos, mas assisti a muitos
- sempre acompanhando meu pai, que os venera
- não perdíamos nenhum!
- (na TV, for sure, que nasci depois deles saírem nos cinemas e antes do VHS - mas não faz as contas, ok?)
- o predileto de meu pai? O dólar furado
- com aquela canção tema, sabe?
- [que não é de Morricone, mas de Gianni Ferrio, deixo registrado]
- com aqueles assobiozinhos,
- que Quentin Tarantino usou com maestria na trilha de Kil Bill
- lembrou agora, né?
- Uma noite dessas, assisti aqui em casa
- - três homens e eu -
- ao excelente Os Imperdoáveis
- [faroeste de 1992 e vencedor de dois Oscars: melhor filme e melhor diretor]
- e compreendi, finalmente, o porquê do sucesso deste estilo de cinema
- (especialmente entre os homens):
- os filmes de bangue-bangue fazem aquilo que chamamos de 'o elogio do macho'
- confere comigo:
- o ambiente é agressivo,
- seco - destituído de sentimantilismos
- e de uma simplicidade atroz
- duas únicas dimensões:
- o mocinho e o bandido
- ou o vencedor e o perdedor - pra que complicar?
- sem sutilezas ou mensagens subliminares.
- tudo preto no branco
- zero excessos e diálogos
- e quando a comunicação não se realiza
- o que ocorre muitas vezes, dada a "complexidade dos diálogos"
- é só sacar da arma
- ao perdedor resta a morte honrosa
- ou pegar de seu cavalo e ir-se, sem destino
- mas sempre a fuga
- a alternativa mais utilizada por machos e cafajestes de todas as eras
- sem uma palavra, desculpas ou explicações...
- qual é? tá de gozação? melhor 'dexá quieto'
- em Os Imperdoáveis é Clint Eastwood quem dirige
- e representa, com sensibilidade e talento,
- um velho caubói em 'fim de carreira'
- mas o que vemos é uma emocionante homenagem a Sergio Leone
- o diretor italiano que justamente alçou a carreira do jovem Clint ao estrelato.
ah... as voltas que o mundo dá!
- e eu dei mil voltas quando só queria mesmo era registrar minha paixão fulminante pela obra do maestro Ennio Morricone.
- não vou me estender mais, mesmo porque il signore Morricone merece um espaço muito maior aqui
- (condizente com minha admiração por ele, não só estes parágrafos escondidos no final do post)
- afinal, são dele as trilhas de Cinema Paradiso, Inglorious Bastards, Kill Bill 2, Os Intocáveis, Era uma vez na América, A Missão, além de outros 400 filmes e programas de TV...
- está com 82 e continua trabalhando!
- isso sem nunca ter recebido um oscarzito sequer - apesar das inúmeras indicações
mas, o mundo gira... e é um espelho!
- em 2007, Ennio Morricone teve seu trabalho reconhecido pela Academia e recebeu um oscar pelo conjunto da obra, justamente das mãos de... Clint Eastwood!
- rápido no gatilho, Ennio agradeceu em italiano
- [Clint traduziu]
- "Obrigado, mas eu ainda não morri!"
- e saiu de cena
- em terras americanas, Ennio foi,
- como sempre, perfeito!
- personificou o típico cowboy:
- ágil, orgulhoso, cínico, vingativo, de poucas palavras,
- e muito do macho!
*
* o bom, o ótimo e o excelente do título são, por ordem: Spaghetti Western Orchestra, Clint Eastwood e Ennio Morricone.
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