Close to you não sai do repeat da minha cabeça desde que li no blog da Ana Clara Garmendia que vem sendo a música mais tocada nas rádios de Paris no último mês - o que sugere um sopro setentinha na moda e no comportamento, again.
Aprendi a ouvir esta canção na voz dos Carpenters. Ok. Fui atrás de uma aparição dos irmãos Carpenters no youtube. Surpresa, descobri que Karen Carpenter, a cantora com voz doce e suave como creme holandês era também baterista.
Desconhecia esta faceta de Karen e impressionei-me. Não que tocar bateria e cantar seja impossível, mas é um dogma no mundo musical. Assim como preparar a carne e a sobremesa na mesma panela ao mesmo tempo pode parecer impraticável, mas quem tem talento dá conta.
E talento Karen sempre teve de sobra. Além de uma história triste de morte precoce, aos 33, por complicações derivadas da anorexia (um dos primeiros casos explorado com estardalhaço pela mídia, ainda em 1983).
Então raciocina comigo e se surpreende: como se não bastasse ser mulher e baterista - o que já é raro - foi uma vocalista de soft rock que sabia manejar as baquetas com extremo vigor e habilidade, à despeito de sua aparência frágil e das limitações de sua doença. Porque ela não tocava somente na cadência das baladas românticas que transformaram os Carpenters em campeões de venda na década de 70. Não! Aventurou-se em outros ritmos - no youtube há uma fartura de exemplos - como neste desafio para um programa de TV, onde se reveza entre uma estação completa de baterias montada ao redor do palco, sozinha, tocando uma marchinha militar, por mais de 5 minutos!
- Mesmo quando Karen não está tocando a bateria, a bateria vai ao encontro dela - repara no quanto as mãos dela gingam quando a câmera se afasta.
- E já que a melodia propicia, aproveita e repara em tudo:
- em como o cabelo de Karen é igual ao da modelo Freja Beha Erichsen (capa da Vogue Brasil deste mês);
- na mistura explosiva de magenta com laranja (que eu adoro!) e está por todo o lado que a gente olha: na moda, na decoração, na publicidade;
- no estilo "mamãe me ama" do irmão de Karen e dos rapazes da banda (o bom mocismo é o que há nestes tempos politicamente corretos)
- no preto e branco permeando tudo...
- depois, vira o post de ponta cabeça e volta pro início - reparou que a década de 70 não cansa de dar repeat na cacholinha da gente?
* Assobiar e chupar cana é uma expressão que meu pai usa muito. Ele costuma perguntar: "- Sabe assoviar e chupar cana?" (ele fala assoviar - com V - o que também é correto) e a gente tem que responder com algo do tipo: "- Sei. Escovo os dentes e calço os tênis!" Eu, por exemplo, assobio e chupo cana quando minha irmã me liga exatamente no horário de preparar o almoço, mandar os meninos pro banho, alimentá-los e despachá-los para a escola. Se eu dou conta? Claro - e sem queimar o arroz ou esquecer de temperar o feijão!
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