- ouvi esta música no carro, ontem à noite e fui imediatamente transportada para o início de minha vida universitária, na primeira metade dos 80's.
- naqueles tempos, quando as rádios tocavam Boy George, The Cure, U2, Madonna, Paralamas do Sucesso e Titãs, ouvir e gostar de Sade era quase uma transgressão.
- quem curtia se achava muito cool (que é ainda mais cool do que ser só chique, sofisticado ou bem nascido);
- os outros chamavam o estilo de "música de elevador" ou "música de aeroporto"
- mas nas internas (tipo nas alcovas, mesmo) todos reconhecíamos que Smooth Operator era a trilha perfeita para nossas incursões sexuais.
- a voz sexy de Sade Adu (pronuncia-se Shá-dê) e o ritmo tranquilo da canção eram o contraponto perfeito para a juventude exuberante dos anos 80.
- (minha geração, conhecida por X, foi a primeira a desfrutar plenamente da liberdade sexual sem restrições - no exato momento do surgimento da AIDS! Nem Sade dava conta de tanta ansiedade...)
- desta época, de um amigo que estagiava na Rádio Bandeirantes, em São Paulo, soube que nas rádios paulistanas, Smooth Operator era mais conhecida pela alcunha de bule ou chaleira
- quer saber por quê? ora, experimenta trocar o refrão da música... casa à perfeição!
- a partir daquele dia, nunca mais coloquei para tocar a faixa Smooth Operator do meu LP, suspeitando não conseguir controlar um acesso de risos bem na hora H.
- mas não desisti de Sade
- Sweetest Taboo sempre foi a minha predileta do seu repertório
... pra acender a vontade de namorar!
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